quinta-feira, 29 de setembro de 2011

OS ANIMAIS TAMBÉM SENTEM


Não existem características que se possa comparar
O homem e os animais, esses seres tão semelhantes
Não é motivo de diferença o fato de não raciocinar
"Assim como" o homem, os animais também são amantes

O homem compra munição para proteger o seu filho
Mal sabe esse pai que o filho também sabe apertar o gatilho
Já os passarinhos não precisam de armas nem de revolver
O importante para as aves é mostrar a maneira certa de viver

O filho quando está com fome e irritado
Faz o homem, no supermercado, comprar uma lata de industrializado
Os macacos que sabem o significado de uma alimentação saudável
Procuram entre as copas das arvores o significado de fruta potável

O filho quando começa a chorar devido o latido do cachorro
Leva a “racionalidade” do homem a ação de provocar a dor
Mal ele sabe que tanto seu filho como o cachorro pedem socorro
Um chora e o outro late a fim de conseguir um pouco de amor

O homem se acha o superior, só por que tem a razão
Mal ele sabe que o importante está dentro do coração
E isso os animais nos dão uma grande lição
Não adianta se valer de tanta inteligência
Se o homem para com os animais usa da violência

(Leandro Souza)

terça-feira, 27 de setembro de 2011

RETRATO DE UM TRISTE UNIVERSITÁRIO

Assistir aula pra quê?
Se não é isso que eu quero ser.
Pra que ter o conhecer?
O que eu mais quero é desaparecer.

Meus olhos tentam enxergar
Aquilo que chamo de rabiscar
Mas enxergar não é sinônimo de aprender
Nem ao menos o professor se faz entender

Calcular o produto e o momento
Eu até que tento
Mas pra que tentar?
Se o objetivo dele é me reprovar

Esse é meu retrato estampado na parede
Quando ingressei tinha o conhecimento como sede
Hoje só tenho a vontade de acabar
Com aquele que persiste em não me aprovar

Sinto-me um típico robô a escrever
Sem vida e sem querer
O que mais quero é sair
Dessa lavagem cerebral
E lá fora sentir o verdadeiro alto astral

(Leandro Souza)

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

SONETO DO CIÚME


Não quero ser forçado a terminar contigo
Não quero ser só teu amigo
Mas caso continue com esse bobo ciúme
Que eu não poderei deixar tal situação impune

Quando passeávamos na praça
Imediatamente você vinha com a mordaça
Quando eu tentava dar bom dia pra doceira
Tinha que fingir que era tudo uma grande brincadeira

Quando jovens tinhas ciúmes até da professora
Não podia pensar em perguntar
Que você logo vinha me calar

Para não mais sentir dor física
Tive que me isolar da grande multidão
Hoje vivo em um escuro galpão

(Leandro Souza) 


ACASO


Vou levando a vida
Entre barrancos e solavancos
Andando pela cidade e seus cantos
Por algum segundo penso

Em uma esquina de rua
Encontro uma mulher nua
Pago a ela um serviço
Mas logo percebo que é assombradiço
Parece ser o que não é
Não sou chegado a um picolé

Continuo a perambular
Com o meu leve pisar
A procura de nada
Só vejo na frente, a calçada

Em outra esquina o acaso
Presenteia-me com um novo caso
Me cai em cima, um vaso
Olho pra cima e vejo
Aquela que um dia será meu desejo

(Leandro Souza)


ESPERANÇA É A ÚLTIMA QUE MORRE

Quanta hipocrisia
Pessoas brigando por mixaria  
Brigando por tão pouco  
Acho que estou ficando louco

Como é grande a nossa ignorância

Tudo culpa da grande ganância 
Cumpadê, falo probrema e recigragem  
Quanta malandragem

As mulheres procuram emagrecer

Os homens os músculos fortalecer
 
Vou comer só vegetal 
E eu me encher de metal

Dizem que a esperança é a última que morre

Isso me dar vontade de rir, mas chore
 
E a falta de respeito é a primeira  
Tampar o sol com a peneira?  
O deputado diz que é inocente  
Só quer tampar o sol da gente.

Não sou um revoltado

Nem um coitado
 
Muito menos um sonhador  
Eu sou trabalhador

Não sou um vagabundo

Nem um errante pelo mundo
 
Muito menos um pistoleiro 
Eu sou um brasileiro

(Leandro Souza)