Desejo maior era de não estar sentado
Em um banco na recepção de um hospital público
Vendo naquela família uma expressão de preocupado
Observando naquela maca o sofrimento de um pai condenado
Andando por entre os corredores
Podem-se escutar os gritos de dores
Uma tímida lagrima escorre em meu semblante
Quando vejo uma mulher em um suspiro sufocante
Em uma maca fria e desconfortável se aprende o significado de anomalia
Um desnutrido homem com o braço dilacerado na fila da cirurgia
Tentando ao menos ter a sorte
De não ser o próximo a visitar a morte
Ao se passar pela porta da recepção
Na próxima porta a direita no final do corredor
É possível já encomendar o seu caixão
Essa é a área em que impera o branco do cobertor
O sentimento de medo é comum àquele moribundo
O riso e a alegria não fazem parte daquele ambiente imundo
O triste mesmo é escutar o seu último pedido
O que eu queria era somente ter sido ouvido
(Leandro Souza)
(Porta da recepção que dá acesso as salas de cirurgias e afins - Ao fundo se observa um, de milhares, paciente em uma maca no corredor)
Muito autêntico. Muito verdadeito. Realmente toca o leitor.
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