Hora do almoço
O cão roe o osso
O operário o caroço
Aproveita para descansar
Outros para conversar
O patrão no restaurante mata a fome
O proletariado no galpão come
A tesoureira toda maquiada
Aproveita para dar uma “caminhada”
O açougueiro que a carne corta com um feixe
Agora está a saborear o seu peixe
O garçom é o único que não descansa
Pois tem que colocar dinheiro em sua poupança
O gari que deixa a vassoura de lado
Para sentir o gosto do porco assado
Na esquina está um mendigo
Esperando os restos de algum ser benigno
Caminhando pelo centro da cidade
Enquanto alguns sentem o sabor da felicidade
Outros estão no meio do expediente
Esperando pelo relógio ansiosamente
O tempo está passando
E mais frango ainda está assando
Ainda falta muito gente para almoçar
Falta o bancário, o sapateiro e o prefeito
O pescador, o charuteiro e o suspeito
O delegado, o engenheiro e o fiscal
O filho de cristo, o do diabo e o cardeal
O violeiro, o poeta e o cantor
O advogado, o juiz e o professor
O pintor, o fotografo e o cientista
O medico, o veterinário e o dentista
O vendedor, o farmacêutico e o biólogo
O pistoleiro, o perito e o psicólogo
O doceiro, o padeiro e o diarista
O policial, o carteiro e o esteticista
O técnico, o jogador e o pedreiro
O moto boy, o frentista e o marceneiro
O circense, o dançarino e o pasteleiro
O bibliotecário, o sorveteiro e o porteiro
O fisioterapeuta, o eletricista e o marinheiro
O economista, o arquiteto e o cozinheiro
O barbeiro, o designer e o motorista
O cabeleireiro, o maquiador e o oftalmologista
[...]
Uma hora da tarde, começou o expediente
Hora de voltar para o patente
(Leandro Souza)
OBS: Não é pelo fato de todos os substantivos estarem no masculino que serei tachado de machista... Reclame com a gramática. “ Concordância com o masculino ”
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