Assim como esse breve conto que tem como habiente uma tipica noite pela cidade, a vida é breve e passageira. Aproveite-a!!!
Conto escrito por Leandro Souza da Silva em 12 de agosto de 2011.
Amanda era o seu nome, trabalhava em uma loja de tecidos mas isso não ao caso agora. Sua irmã, Valeria, era baladeira e aproveitadora. Ao contrario de Amanda que era uma apaixonada, sonhava em encontrar o grande amor da sua vida. Sempre desejou casar em uma igreja com véu e grinalda. Já Valeria. Em uma de suas festas encontrou-se com um engenheiro elétron-foton-reverso. Ela deu o primeiro tiro depois umas boas biritas.
_ Oi gati... (uma bela de uma vomitada ela deu aos pés do cara). (Passou a barra de sua saia para limpar os restos de caipirinha, que saíram involuntariamente, de sua boca e rosto). E prosseguiu na sua cantada barata, mas tentadora
_ Oi gatinho. Ta afim de uma... (quase uma segunda, mas desta vez foi só uma baforada seguida de um grande embrulho no estomago). Mas ela é guerreira e tá afim de desencalhar de qualquer maneira e por isso foi direto ao ponto.
_ Me da um beij.. (soluço) me da um.. (soluço). É o seguinte (soluço) não tô me sentindo mui.. Acho que vou vomi.. (dito e feito). Acho que bebi um pouco demais (soluço) da conta (soluço) ou foi o camarão que eu comi (soluço seguido de uma risada).
Josue, era o nome do engenheiro, disse com um tom de graça:
_ Que camarão, viu?
_ E ai gatin.. (hic) nho pra onde (hic) nois vamu?
Josue logo pensou: eu vou pra casa.
_ Ei, tô vendo (hic) umas fadinhas voando. Isso (hic) é normal?
Ele continuou a pensar: rapaz, o que eu faço?
_ Ei, ei, ei, (soluço). Ei, tá me ouvindo? (hic) Alô?
Ele continuava a pensar, sem dar a mínima pra ela: Poxa, eu sou um nerd que nunca pegou ninguém. Tô no zero a zero desde.. Enfim, desde que eu me conheço por gente..
_ Ei, to me sentindo (hic) tão leve (hic). Uhhhh (hic) tô flutuando. (hic).
Quem que estuda engenharia eletron-foton-reversa? Que merda é essa?
_ Uhhhhh (hic). Sou um passarinho.
Eletron-foton-reserva? Um dia o professor Gildasio Amilton falou.
_Piu-Piu. (hic)
É o estudo da qualidade dos elétrons virarem partícula fóton. HMMM?
_ Ai, ai.. (hic). Acho que vou (vômito).
Podia pega-lá, né? Só pra fazer uma media
_ Olha o camarão (hic). Oieeee (hic)
Vou ou não vou? Se ela tiver sapinho?
_ (DELIRANDO)
Mas que merda é essa...? Pega logo ela, cara? Larga de ser bicha?
_ Não to sentindo minha perna (hic).
Ei, pêra aí.. Tô passando por um conflito existencial aqui. Por favor. Me dá espaço, tá bom.
_ Vou cair (hic).
Tá bom gatão.. Enquanto tu tá aí a tua mina já foi. Olha lá.
Do outro lado da balada. Valeria estava paquerando um motoqueiro que tinha tatuagem pra cada cara que ele já tinha esfaqueado. Eram muitas tatuagens.
_ Oi gat.. (hic) gatão
_E aí, gata.
_ Bora dar uns bei... (hic)
_ Só se for agora, meu.
Quando o bacana ia encostando nos lábios dela vem que surge Josue. Que nem uma fênix que surgue das cinzas, isso pensando ele. Oh cara que pensa.
_ Ei, rapah. Larga a minha namorada. Disse Josue, tremendo todo.
_ O que, meu?
_ Isso mesmo larga a minha namorada.
_ Cara, tu não medo da morte, não?
_ A morte é só um estereótipo personificado da abstração que o homem da vida em sociedade estereotipada de conceitos e dogmas.
_ O que, cara?
_ Corrreeeeeeeeeee!!!
Josue, de tanto assistir Superman o filme, agarrou Valeria pelos braços e arrastou-a até a saída mais próxima até chegar em um lugar sem nenhum cara tatuado. Depois de correr ruas e ruas, atravessar sinais abertos e derrubar uma velhinha. Eles pararam em frente a uma praça.
_ Nossa (hic), você é tão forte (hic)..
_É.....
_ Viu (hic) como você (hic) deu um jeito naquele (hic) cara?!
_ É tudo uma questão de física. Se levarmos em consideração o espaço-temo que vivemos e tomarmos um referencial teórico-pratico de aceleração podemos ter como somatório as diferencias de espaço juntamente com as integrais das velocidades instantâneas ...
_ Shiiiii (hic). Tu fala muito (hic).
_ O fato de falar é só uma ação pré-determinada pelo ...
_ Shiiiii (hic)
_ Shiiii, uma onomatopéia criada no seculo VIII pelo escritor...
_ Shiii (hic). Tô com fome (hic)
_ A fome, sentimento de ...
A consciência se manifesta na mente de Josue.
Oh gênio, cala essa boca. Ninguém quer saber das suas nerdises aqui, não. Compra um lanche pra mina, antes que tu perca ela de novo. Só que desta vez pro cara da lanchonete.
Josue pensa: A voz da consciência, grandes coisas. Tudo imaginação pré-determinada por Freud.
Consciência: Tá bom, Einstein. E a lei da gravidade, já ouviu falar?
Pensamento: Seu analfabeto, a Lei da gravidade foi formulada por Newton em que o produto da constante gravitacional que é igual a 9.1855673452 m/s2 pela massa do corpo.
Consciência: Inteligentão tu, né?
Pensamento: Não, apensa possuo o conhecimen...
Consciência: Oh idiota. É uma pergunta retórica. Sarcasmo.
Pensamento: Sarcasmo figura de linguag...
Consciência: Olha a tua mina ali.
_ Oi gatão (hic). Valeria disse para o atendente da lanchonete.
_ E aí, gata. Tá afim de comer o que. Disse o atendente.
_ Tô afim de comer um delicioso ...
_ MC Lanche feliz. Interrompeu Josue imediamente.
Consciência: Gênioooo. Super macho. MC Lanche Feliz. Eu quero o brinquedinho. Fala sério.
Pensamento: Não, o brinquedinho é meu.
_ Então como (hic) eu estava dizendo (hic) eu quero um (hic)... Disse Valeria.
_ Dois Extremes Burguers com queijo extra. Interrompeu Josue.
_ Adiantando dois 764534. Disse o atendente.
_ Mais alguma coisa, senhor? Completou o atendente.
_ Só isso mês...
_ Eu quero mais uma (hic) coisa.
_ Diga, senhora?
_ Quero um (hic). Um beii (hic).
Interrompeu Josue: Obrigado.
Consciência: Gênio
Pensamento: O que foi agora? O que eu fiz?
Consciência: Nada, não. Só pra na perder o habito de zoar.
Pensamento: Pow, deixa eu curtir minha gata.
Consciência: Tua gata? Até parece, aposto que essa tem todas as doenças sexualmente transmissíveis existentes.
Pensamento: Virou medico, agora?!
Consciência: Pra eu me tornar medico precisava cursa 8 anos, incluindo dois anos de residência. E possuir o diploma das escolatisca de medicina de ASCS da antiga... Que merda é essa, bicho. Me tornei nerd.
Pensamento: Agora quem é o “gênio”? Era uma pergunta retórica.
Consciência: Foi só um lapso de memória. Tu continua sendo o manezão da parada. Olha tua mina aí, oh.
_ Poxa, de novo, não. Disse Josue para Valeria.
_ Desculpa (hic)
_ Já bastava a minha camisa. Agora vomitar no meu tênis.
_ Olha o quei.. (hic) queijo.
_ Que droga.
_ É da mesma (hic) cor. Que (hic) lindo.
Valeria começa a chorar.
_ O que foi? Disse Josue.
_ Eu te desculpo. Tá tudo bem. Completou Josue.
_ É porueq (hic) uem aip rreumo omc um (hic) pedçoa ed amhurbguer.
_ O que?
_ Calma.
_ Não fica assim. Agora me fala devagar. O que foi?
_ Quando (hic) eu era (hic) mais nova e meu (hic) fomos lanchar um hambúrguer (hic) mas quando ele foi dar (hic) a primeira mordida (hic) ele se entalou e rreumooooooo... (hic) (soluço de bebedeira mistura com soluço de choradeira).
_ Calma, calma. Já passou.
_ Não precisa ficar assim, não.
_ Mas (hic). Tá (hic). Ei (hic)?
_ Sim.
_ Eu sou (hic) bonita?
Maquiagem toda borrada, com a cara toda inchada de tanto chorar, toda suja de vômito (do rosto até as pernas), cheirando só cachaça. O cabelo todo bagunçado, parecia que ela tinha levado um choque elétrico. A boca cheia de pão de hambúrguer e suja de catchup.
_ É sim... Linda.
_ (risada) (hic)
_ Posso te pedir (hic) um negocio (hic)?
_ Pode sim.
_ Me dar um bei ... (hic)
_ Perdeu playboy, passa a carteira. Interrompeu um assaltante.
Consciência: Que droga, meu?
Pensamento: Cala boca aew. A carteira é minha, não tua.
Consciência: Não, cara. Esse assaltante foi chegar bem na hora que tu ia dar uns beijos.
Pensamento: (choro)
Josue começa a chorar.
Consciência: Não chora, não. A gente presta boletim de ocorrência na delegacia e recuperamos a tua carteira.
Pensamento: Não é por causa disso que eu tô chorando.
Consciência: É por causa de que, então?
Pensamento: Meu primeiro beijo
_ Tá chorando (hic)?
_ É por causa (hic) da carteira, né (hic)?
_ Sim. Ela tinha um valor sentimental pra mim.
_ Ohh que (hic) lindo. Mas nós vamos (hic) na delegacia (hic) e prestamos queixa (hic). Tá?
_ Mas já são 2h00 da manhã.
_ E (hic)?
_ Tô sem dinheiro.
_ E (hic)?
_ Não tenho dinheiro pra pagar taxi. E já é tarde, não tem mais ônibus.
_ Ahh (hic). Relaxa (hic). Eu tenho dinheiro (hic) aqui. Aqui em (hic) algum lugar (hic).
Valeria começa a vasculhar no seu sutiã e não encontra nada. Abre a bolsa e vasculha e nada. Tira pente, escova, celular, maquiagem, perfume, outro celular, preservativo, absorvente, papel, cheque, escova de dente, creme dental, fio dental, bombom, toalha de rosto, lenço umedecido, guardanapo, preservativo de novo, mini grampeador, amarrador de cabelo, serra de unha, alicate de unha, creme facial, creme labial, creme hidratante, creme para os pés, creme para as mãos, creme para as pernas, creme para noite, creme para o dia, creme para os braços, creme para as costas, creme para região dos olhos, creme para as orelhas, creme para o pescoço, batom rosa, batom rosa nível 2, batom rosa nível 3, batom rosa nível 4, batom rosa nível 5, batom creme, batom creme nível 2, batom creme nível 3, batom nível 4, (já deu pra entender), protetor solar, o universo com todas as suas galáxias estava naquela bolsa mas dinheiro mesmo. NADA.
Depois de vasculhar a bolsa e o sutiã. Restou os bolsos da calça. Também sem sucesso. Mas restava a calcinha.
_ Achei (hic) !!!!!
_ Cadê?
_ Aqui (hic) ohhh.
Todo amassado e não muito apresentável..
_ Ahhh. Que coisa.
_ Toma (hic) !!!!
_ Segura aí. Vou chamar um taxi.
Consciência: Essa que é a tua gata? Que porca.
Pensamento: Cala boca. TÁXI.
_ TÁXI
_ Ei, taxi. Ei, ei, ei, taxi.
_ Fiiiiuuuuuíííí (hic). Valeria deu um grande assobio. E o táxi logo atendeu.
Consciência: Tu é muito moça, mesmo!
_ Mademosseli !
_ Hmmm, um cavaleiro (hic)
Consciência: Jumenta, é cavalheiro.
Pensamento: Deixa ela se expressar.
_ Ai, minha (hic) cabeça. O teto (hic) desse carro (hic) tá de brincadeira (hic) comigo.
_ ENTRA LOGOOOO !
Consciência: Agora sim: “Hmmm, um cavaleiro (hic)” (risada)
Pensamento: Hilário
_ Tô tonta (hic).
_ Pera aí. Vomita aqui nesse saco.
_ Acho que vou...
_ AQUI, pronto.
_ Acho que vou desmai... Valera desmaia e Josue entra em estado de pavor.
Pensamento: O que que eu faço?
Pensamento: Meu Deus. Ela desmaiou.
Pensamento: Não to sentindo a pulsação dela. E agora?
Pensamento: A pulsação tá fraca.
Pensamento: Ela tá ficando pálida. Ei? Ei? Ei, acorda.
_ Motorista, pro hospital. Urgente.
Chegando no hospital.
_ MÉDICOOOOOOOO !!
_ URGENTEEEEE !!
Uma enfermeira, os atende e a encaminha para a emergência.
Uma maca toda equipada leva Valeria para uma sala no final do corredor.
Enquanto isso Josue aguarda ansioso e nervoso na sala de espera.
[...]
O tempo passa.
[...]
E o tempo passa.
[...]
Depois de três horas de longa espera. Aparece lá no final do corredor uma mulher, era Valeria. Josue, sonolento, desperta e por entre os seus olhos entreabertos ele observa Valeria se aproximando.
_ A enfermeira disse que foi você que me trouxe até o hospital. Obrigada.
_ De nada.
_ Mas o que foi que aconteceu? Eu não consigo me lembrar de nada.
_ É... Foi que... que... Você...
_ Desculpa, vejo que você está meio sonolento... Tô atrapalhando. Já muito trabalho.
Consciência: Não fala da bebedeira.
Pensamento: Então, eu falo o que?
Consciência: Fala que...
Pensamento: Já sei.
_ Não, que isso. Isso não é incomodo algum. Eu estava andando pela rua e vi você. Você estava caminhando e tropeçou e bateu a cabeça. E logo desmaiou então trouxe você até aqui.
_ Ah ta. Isso explica a dor que sinto na minha cabeça.
_ Você se machucou?
_ Não. Foi só uma queda de pressão.
_ Menos mal.
_ Só uma coisa...
_ Sim.
_ Eu posso te pedir uma coisa?
Consciência: É agora, garanhão. Até que fim vai sair da seca.
Pensamento: Graças... Demorou mas chegou.
Consciência: Ver se não estraga tudo.
_ Pode sim.
Consciência: É agora. Se prepara. Lá vem o tão sonhado beijo.
_ Eu fico até meio...
_ Não se preocupe. Pode falar.
_ É por que... Eu já te incomodei demais.
_ Olha, é o seguinte. Não é incomodo algum, tá?
_ Tá bom, então. É que eu só fico meio constrangida em te pedir mais alguma coisa. Você já fez tanto por mim.
_ Você podia estar com sua namorada ou esposa. Com sua família. Continuou Valeria.
Consciência: (risada). Namorada? Esse aqui?
Pensamento: CALA BOCA !!
_Pode dizer. Sou todo ouvidos.
_ É que eu quero...
_ Quer?
_ Quero...
_ O que?
_ Quero que você me...
_ Que eu? O que?
_ Que você me de...
_ De...?
_ Devolva meu celular.
_ O QUE?
Consciência: Como? O que? Como assim?
Pensamento: Que isso?
Consciência: Se tu não sabe imagine eu.
Pensamento: Não entendi.
_ Que você me devolvo meu celular que você está segurando. Preciso ligar pra minha irmã. Ela deve estar preocupada.
_ Ah ta. Claro. Desculpa
_ [...]
_ Aqui está o seu celular.
_ Ah ta. Que falta de educação minha. Nem nos apresentamos.
_ Verdade. Ainda não tivemos a oportunidade.
_ Me chamo Valeria. Muito prazer.
_ E eu me chamo Josue. O prazer é todo meu.
_ Então, Josue. Acho que ...
_ Sim..
_ Nos despedimos por aqui, né?
_ É...
_ Muito obrigado por tudo. Por ter me esperado aqui até essa hora. Por ter salvado a minha vida.
_ De nada.
_ Tchau. Abraços
Eles se cumprimentam com um longo abraço e um beijo no rosto.
Josue se despede e sai. Josue pega um jornal que estava no sofá da sala de espera pra usar como guarda chuva uma vez que estava caindo uma chuva ferrenha lá fora.
Ele coloca o jornal em cima de sua cabeça e sai pelas calçadas, todo encharcado. Pensando naquela menina que por uma noite lhe trouxe mais alegria do que em toda a sua vida. Aquela fora a sua primeira paixão.
[...]
Quando ele estava dobrando a esquina do hospital. Valeria sai por entra as portas do hospital e grita.
_ JOSUE
Josue para em meio a rua e vira-se.
_ Espera aí. Gritava Valeria, correndo embaixo de chuva em direção a Josue.
Valeria se aproxima dele e diz:
_ Josue, eu não sei quem você é. Não o conheço muito bem. Só sei que foi o homem que salvou a minha vida. O homem que me trouxe até o hospital e cuidou de mim. E eu sou muito grata a isso..
_ Que iss...
_ Shiiii. Silêncio. Deixa eu continuar. Mas alguma coisa me diz que eu devo ficar ao seu lado.
Josue ficou sem palavras, ficou procurando o que falar. Quando ele enfim achou o que dizer. Valeria o interrompeu e disse.
_ Quero te pedir uma coisa? Posso?
_ Pode
_ Só mais uma coisa. Posso?
_ Pode, sim.
_ Quero um beijo
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